quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Grão de areia


Subi  até onde, nem mesmo, as pedras da montanha passavam
Minhas cordas vocais vibraram na maior intensidade
Mas não havia nem um ouvido amigo
Ninguém que me respondia em um som recíproco.

Sentei em um conjunto de magma, já solidificado e arredondo pelo tempo
A água começou a deixar meu corpo através de meus olhos
Até ela me abandonará nesse momento.

As águas  eram quem  mostravam que o mundo não parava de girar
Acima de mim as nuvens passavam fazendo sombra na montanha
Abaixo as ondas iam e voltavam como se esperassem a lua chegar.
Chegar, e mandar se deviam subir ou se deviam ficar.
Nem mesmo ele pode fazer o que quer. Pobre mar.

Mar, cenário de grandes navegações e grandes  façanhas
Batia com toda a força, em uma luta constante  contra a montanha
Se ele que é tão grande e tão forte briga por seu espaço
Quem sou eu para conseguir alguma coisa lá embaixo?

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Tudo fora da lei pode ser legal

Tudo fora   da lei pode ser legal
Não  tenho dinheiro pra comprar original
Baixado da internet  ou gravado no cinema
Uma cabeça na melhor cena
O mundo esta em crise
Eu vivo em crise o tempo inteiro
Décimo terceiro não chega a janeiro
Não tem onde trabalhar
Não tem onde ficar
Já que esse mês  aluguel vai aumentar
Meu telefone não foi pago
E  vão cortar
Não vai resolver se alguém me ligar
Saúde publica é uma zona
Vai pra casa beber “Dipirona”
La no senado tem gente parado
Tem gente parado Que não olha pro lado
Não olha pra baixo não olha pra cima.
Não vê que no morro esta acontecendo chacina

Saudades

Quando lembro de cada lagrima chorada
Quando  lembro  de cada suor derramado
Cada volta da terra em torno de si
Cada volta da terra em torno do sol
Cada sonho sonhado, sangue pingado

Quando  lembro de todas as amizades passadas
Quando  lembro   de cada uma de nossas gargalhadas
Todos os lugares visitados e imaginados
Todas as brigas, todas as festas  animadas
Todos os sorridentes  sorrisos. Saudades.

Quando  lembro de um amor  eterno
Quando lembro   que o eterno teve um fim
Todos os beijos e abraços
Todos os carinhos e desejos
Tudo que acabou, e está acabado.

Todas as lembranças que deixaram saudades
São elas puramente que  dão vida a vida
A simples vontade de reviver tudo
Tudo que não pode voltar
E não pode se repetir
Ninguém inverte o sentido da terra
Ninguém volta o caminho do sol
Mas todos nós , voltamos , invertemos, giramos nossas vidas.
A  favor dos nossos sentimentos. 
Caminhada
Onde pensa que vai menino?
Com essa foice e essa enxada?
Vou lutar pela minha pátria
Essa pátria que é amada
A pátria que é amada...
Também é pátria armada
Mas homem, tenho as minhas armas
Levo no ombro uma foice e uma enxada
Essas armas não adiantam de nada
Eles  têm arma forte, arma pesada
Mais pesada que minha foice e minha enxada?
Uma dessa mata é só acertar no coração
Eles têm armas grandes, armas com munição.
Cem foices e cem enxadas não ganham de um canhão
Mas sei que posso vencer
Sei que não vou morrer
Acha que sozinho vence a opressão?
Com uma foice e uma enxada ira para o caixão.
Tenho só 16 anos, e olhe para minhas mãos!
Tem calos de quem trabalha a mais de 13 em plantação.
E porque sai de lá?
Fique quieto em seu pedaço de chão
É por isso mesmo que vou
Não tenho pedaço de chão
É tudo de meu patrão
Se continuar assim só terei minha casa
Quando me enterrarem em cova rasa.
E o homem se calou.
E o menino caminhou.



Sol

Um sol vem queima no ar
Quem esta ou vai ficar
Não há onde esconder!
 Tem gente!
Seguimos sós, só  não se sabe se  foi em frente
Um grito desesperado,   no sol poente,
Um som, um sol, um só , nota , sem dó
Pra que um dó?
De lado amarrado, um trago.
Soldado,  ferido, armado
Nos ombros, lhe trago.
Foi morto, enterrado, deitado.
Morreu  porque viveu.
Dói , porque sente
Sente  porque vive
E se vive é pra  morrer.
Platão platônico, amor amado.
Um sonho de um dia roubado.


Indecisão

Para que se sobe em uma montanha?
Para olhar de cima e ver com é belo lá embaixo
Eu subo na árvore e  nada acho,
Parecia que tinha tanto lá de baixo.
Quando pulo de galho em galho
É por que.... Penso, que o outro é mais belo
Porém quando um se quebra
Vejo que era ela... Árvore inteira
Ela sim quem é bela
Nossa! Que linda essa magrela.
Nossa! Que pernas são aquelas.
Tem-se a magrela
Quer a perna de outra e não daquela.
Se chove, eu queria sol, pra poder nadar
Em rios, piscinas mares me molhar.
Mas a chuva que molha não me agrada.
Quero sol pra pular em uma água molhada.
Eita,  indecisão desgraçada. 

ERROS

Se a cada passo errado
Pudéssemos voltar para trás
Nunca aprenderíamos o caminho

Se a cada decepção
Pudéssemos pensar diferente
Nunca descobriríamos o prazer

Se em todo choro em prantos
Pudéssemos Sorrir
Nunca sentiríamos emoções

Se a cada amor perdido
Pudéssemos voltar no tempo
Não encontraríamos...

Algo ou alguém que ainda não encontrei.