sexta-feira, 3 de abril de 2015

Eduardos,Silvias e Amarildos

Seu pior crime foi ter nascido.
Ter nascido pobre e preto.
 Não contente em condena-lo a prisão, 
querem ver seu corpo caído no chão. 
E não foi de um avião! 
Aquele morreu de barriga cheia,
 esse que lhes apresento, pode não ser argumento, 
mas morreu sem a fartura de vinho e pão. 
Não desqualifico a morte ou a dor, 
pois é triste para o pobre e para o doutor.
Para o rico tem investigação,
foi a hélice ou foi o motor? 
Para o moleque, só lamentos.
Pouco importa! Pensa o sargento,
esse não é filho do governador. 
É só filho de Terezinha é filho de José,
filho de um sistema que não podemos deixa-lo em pé.

domingo, 14 de outubro de 2012


Fumei todos os meus cigarros
Desperdicei os meus afagos
Caminhei  todos os passos
Deixei de lado  os seus beijos

Bebi todas as cachaças
Guardei todas as falácias
Fiz da água e do pó massa
Esqueci-me de meus desejos

Só me sonha que sou sonho
Sono que não me vem
Que não me deixa sonhar
Essa insônia me persegue
Mas de ti ela permite lembrar

Descrente do meu querer
Faço tarde o meu saber
Assim faço do meu sonho
Um quebra cabeça do viver.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Maquiagem do tempo ou ilusão da paixão?


Era bom porque é doce
É ruim porque é doce
Bom por ser atencioso
Ruim por ser pegajoso
Lindo por se preocupar
Um idiota  desconfiado
Um  homem trabalhador
Um  invencível muito cupado
Tempo, o que você quer de mim?

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Ilusão , luz , sonho, verdade, mentira.


Olhos pelos anéis de saturno
Era eu um ser noturno
Noite se sonha se acorda
Escuta a porta sem saber quem bate
Na outra esquina ou no outro quarteirão
Impossível estimar ao certo em qual portão.

Uma sinfonia embala a noite
Corações se encontram
Outros choram, é saudade.
Uns contam mentiras,
Poucos dizem verdades.

 Dia chega com ele o pão e o café
Para outros nem um nem o outro
Uns acordaram vivos e dispostos
Outros mortos em destroços.

Na luz do dia os olhos se perdem
Mas ninguém fecha-los se atreve. 

domingo, 1 de abril de 2012


Não há traços parecidos na face
Não a sangue que corre igual
Vivendo sem saber da vida
O que todos acham normal

Não sei por que eu estava ali
E o porquê você estava também.
Encontramos-nos naquela sala
Naquela escola que por hora
Poderíamos não estar

Na minha casa já te chamei de amigo
Carreguei-te comigo e com você caminhei
E por quase todas as passagens de minha vida
É quase impossível uma da qual seu nome não citei.

Mas o tempo que não perdoa
Afastou-nos por certos momentos
Mas eu sorria e sem sofrimentos
Sabendo que você estava feliz
Pois se não estivesse logo eu saberia
E para nossa alegria para o seu lado eu correria.

Mas isso não era perfeito e da vida pouco eu sabia
Esperei-te acordar, assim como outras vezes.
Mas seus olhos com a cicatriz da nossa infância
Daquele tempo em que não conhecíamos ganância,
Insistiram em ficar fechados.

Mesmo com muita gente ao seu lado
Nesse momento ficamos todos sozinhos
Só me lembro com  todo o carinho
E com a consciência tranquila de que meu amigo
Seguiu com toda força o seu duro, porém curto caminho.

Sem nunca perder o sorriso
E juntando muitos rostos
Que por um instante se banham de lagrimas
Mas levantam levemente as bochechas
Como um sinal de que sabíamos que só estávamos juntos
Por que alguém nos uniu, nesse país quente,
Às vezes se faz necessário sentirmos frio. 

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Da sobriedade se fez o amor da embriaguez se fez o erro.

Já é hora de parar de saber, mas só sabe por quê
Não vai mais de onde veio, e nem mais escrever
O que já se apagou, vendeu a minha sorte e não pagou.
Palavras,  bonitas, serão esquecidas, nunca compreendidas.
No jardim de folhas fartas me falta o colorido da flor
Da flor da macieira da rosa com espinho do amor
Sobra-me cheiro e sobra mente e só quem mente
Eu que minto eu quem sinto eu quem sou gente .
Só não me julgue por ser igual a quem é diferente.
Fui julgado por errar, nunca condenada a acertar. 

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012


Sei que escrevo coisas sem sentido algum
Nada de  tudo que falo me leva a lugar nenhum
Com corações perdidos  sou herói ou sou bandido
Sou aquele de quem  se rouba um  sonho ferido
Nesse mundo esquisito faz todo sentido
Escrever tudo aquilo que faz não sentido
Pois só na luz  que vejo o escuro da sombra
Que de noite na luz da lua me assombra.